soneto ao mais novo amor
Para que creias no mais novo amor
Que é pobre e habita os pântanos
Mas que como a orquídea
Sabe fazer se belo, por singular que é.
Para que creias no mais novo amor
Que é o raio de sol que aquece a flor,
E ao despertar traz as pequenas abelhas
Que vêm fecundar o pólen
E colher o néctar para fazer seu mel.
Para que creias no mais novo amor
Que é feito de coisas pequenas,
De uma brisa amena, um encontro, um olhar,
Ou de qualquer coisa perdida no mar.
Para que creias no mais novo amor
Que é a palavra não dita
Que descerra a cortina
E mostra à plateia felina
Um novo ato a se deleitar.
Para que creias no mais novo amor
Que não é ilusão, que tem coração
E sofre por outro, o choro mais puro,
A mais forte emoção.