Ode a uma Deusa
Houve um tempo de caminhada na névoa
De intrincada distinção de sonho e treva,
Tenra leveza da vida de quem nele habita,
Espantosa impressão para quem olha de fora.
Este distante não visualizava a razão da neblina,
Aquele outro se deixava seduzir pela linda aurora,
Imaginava ser ele mesmo uma entidade divina,
Não percebera que, na verdade, era a doce senhora
Que transformava aquela névoa sublime
Na sua realidade de uma alternativa história,
Em que ele descobre ser ela, a deusa menina,
De seus sonhos realizados em tempos de outrora.