HELENA

(À memória de Helena, que já, antes,
morrera execrada pelas más línguas...)


De longos cabelos, menina morena
Maria com todas, ou simples Helena
Te vejo correndo, sempre em disparada
Com o olhar brejeiro, de desconfiada!

Amor de meninos, não tinha esperança
De sentir um dia amadurecer, mas era... amor
Tinha gosto bom, sem beijo, à distância
Helena, menina que a vida era dor!

Diziam que ela só era danada
Por não ter a mãe, nem boa madrasta
E desde bem cedo, menina explorada
Notícia corria: Surra pouca, não basta!

Passou um bom tempo, soube pela imprensa
Helena morrera de uma doença
Tratável, disseram- doença venérea
Muito desprezada, sua vida era!

Desde muito cedo, corria pra mim
Não chegou a ter um verdadeiro amor
Eu, dela corria, a vida era assim!
Helena, menina que a vida era dor!

Sobradinho-DF, 28/10/07 - abello