AINDA BEM
Há tempos perdi a capacidade de sonhar
A inspiração para escrever belas poesias esvaiu-se
Da sensibilidade na alma romântica
Hoje apenas sobram aquarelas desbotadas
De um passado remoto, distante
Ainda bem que há você
A iluminar as trevas de minha existência
A colorir o esmaecido de minhas paisagens
A me fazer enxergar novamente a beleza da vida
E não o paradoxo de uma existência repleta de vazios
Apesar do que faço ou do que me tornei
Do que tenho feito ou deixado de fazer
Espero ser merecedor de tua compreensão
De um lugar, um cantinho aconchegante
Para abrigar o abandono de minha solidão