EU VI
Ouvi as notas perfeitas que tinham teus passos,
Fiquei ofegante nos meus embaraços,
Olhando os teus traços,
Eu congelei.
O vento me trazia teu perfume
E ao cair da noite
O mistério que assume
O meu olhar,
Envolve-te silenciosamente
Em pensamento nada santo,
E sem resistir ao teu encanto,
pus-me a despir-te em minha mente.
O coração mal cabia no peito
E o teu jeito
Me fazia tremer.
E quando tu paraste na esquina
Apenas para ajudar um deficiente,
Pude ver também o coração decente
Que tinhas
E nessa hora, as lágrimas minhas
Inevitavelmente, lavaram o meu rosto
E foi com muito gosto
Que chorei.
E quando distraí-me com o celular
Tentando ligar a câmera
Para te fotografar,
Perdi-te de vista e enlouqueci.
Tive a certeza, naquele momento,
Que presenciei por alguns instantes,
Alguém que, sem dúvidas,
Seria o meu grande amor.
Vasculhei ao quarteirão,
Mas o meu pobre coração,
Nunca mais conseguiu sentir
Aquele êxtase.
Ênio Azevedo
interação sempre bem vinda do poeta Olavo
Muito obrigado, caro poeta!
Dizem q'amor nasce na vista
Quando vem de primeira
Não há quem a ele resista
Quando a vontade vem inteira.