Decadência
Nada neste mundo nos é dado
A um soldado, nem a vida, lhe pertence
Se ausente, deste mundo desgraçado
Olhos abertos em um sorriso sem dentes
Todos nos cobram nos mínimos erros
Mas o desespero se da no primeiro passo
Quem engatinha não procura um regaço
Quem da passos escorrega no escarro
Vivemos em uma mecanicidade aparente
Nesta cidade morta e impotente
Nos becos escuros um furor impuro
De mortos vivos esquálidos e burros
A vida esta perdida em um passado
Nem recordações parecem aliviar a dor
Órfãos de pai e mãe sem amor no mundo
Cantamos canções recheadas de horror
Pintamos usando sangue como tinta
Em escuros viadutos estacionários
E a maldade é viver como se pinta
Nas paredes sujas pelas ruas da cidade
Onde será que ficou todo amor
Que havia em um passado tão recente
A transcendência de um mundo inovador
No oposto da nossa realidade decadente