III - Arraiou! Arraiou!

Mais estrelas cadentes

Vêm escarafunchar

O assanhamento da gente

E bisbilhotar ignotas

E perdidas lorotas de amor

Amor que flui sob um céu

Desconhecido, amante e regente.

As estrelas cadentes dão rebotes

Aos astros no espaço

Denunciando o caprichoso rebento

Do nosso explosivo gozo

Ensandecido e gritante

Que ecoa na madrugada

Silente, safada e radiante

De pretéritos mais-que-perfeitos.

Arraiou! Arraiou!

O arrebol sanguíneo

Que desvirgina a manhã tímida e cálida

Clareando-a envergonhada.

A manhã ofusca as estrelas cadentes

Que daquele alinhavar foram fugidias e ligeiras

E que não quiseram testemunhar

Que assistiram o nosso assanhar

Pela noite inteira.

Sangy
Enviado por Sangy em 16/01/2021
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