Entre Elas
A massagem em meus pés
O toque delicado aos lavar meus cabelos
Transportou-me a uma época sem cores
Onde amar era uma arte de viver sem ser preso
Seus cuidados me despertaram memórias
De um passado de noites, vielas e clandestinidade.
Onde o simples toque de mãos que se enamoram
Conjuravam um ódio passível de morte
Como é amar uma mulher?
É bonito, ela me responde.
É bonito, eu confirmei em um suspirar longo
Eu também já amei uma mulher!
Deitada eu recordo de tempos sombrios
Onde amar era um pecado mortal
E nas sombras de meus devaneios
Lembro o nome do meu primeiro amor: Cecila!
O pesar de um amor não vivido
Desfaz-se com o toque de seus lábios doces
E no alento de seu abraço
Alegro-me por me fazer recordar
Quem dera as pessoas se despissem do “por que”
A fim de contemplar a beleza do “como”
Pois o amor não foi criado para ser questionado
E sim vivido em todas as suas formas e cores