Helena
Helena!
Por ti deixei e parti!
Parti em nossos sonhos, devorando amores
Junto de ti, jamais sonharei só!
Helena, o amor é horrível!
Horrível quando se carpia, apaga a chama
Chama ardente do ártico
Chamarei a ti para alimentar
Alimentar tal fogo rubicundo
Azul, alaranjado e amarelo!
Helena...
Sejamos francos, somos doidos
Talvez bem mais que a própria definição
Temos algo que nem uma deusa da beleza poderia conceder
Nossa ferida, claramente aberta e indolor
Cheia de delícia e prazer
Não é nada menos que nosso egoísmo
Egoísmo depravado e decente
Sem sombras de "porquês", perguntarei, por que será?
Será do que será do nosso amor que ainda floresce?
Na libido, fervoroso, enlouquecido
Na canção ainda não composta apesar de bela
Helena
Poderia continuar estes versos
Como continuaremos juntos
Apesar da guerra, tudo ainda não vivido
E todo nosso amor pelo desejo
Desejo sobriamente, apesar da taça de vinho
Todo amor escancarado de romances ainda não escritos
Derrotaria até o mais forte guerreiro pelo calcanhar
Poderia devorar sua alma, uma vez rígida
E deleitar do nosso pudor, ainda recente
Da sua nudez para lá de única...
Ah... Helena, que beleza implausível
Amo-te, certamente, faria a mesma escolha
Viveria a mesma vida, só para ver os mesmos brilhos nos olhos.