Helena

Helena!

Por ti deixei e parti!

Parti em nossos sonhos, devorando amores

Junto de ti, jamais sonharei só!

Helena, o amor é horrível!

Horrível quando se carpia, apaga a chama

Chama ardente do ártico

Chamarei a ti para alimentar

Alimentar tal fogo rubicundo

Azul, alaranjado e amarelo!

Helena...

Sejamos francos, somos doidos

Talvez bem mais que a própria definição

Temos algo que nem uma deusa da beleza poderia conceder

Nossa ferida, claramente aberta e indolor

Cheia de delícia e prazer

Não é nada menos que nosso egoísmo

Egoísmo depravado e decente

Sem sombras de "porquês", perguntarei, por que será?

Será do que será do nosso amor que ainda floresce?

Na libido, fervoroso, enlouquecido

Na canção ainda não composta apesar de bela

Helena

Poderia continuar estes versos

Como continuaremos juntos

Apesar da guerra, tudo ainda não vivido

E todo nosso amor pelo desejo

Desejo sobriamente, apesar da taça de vinho

Todo amor escancarado de romances ainda não escritos

Derrotaria até o mais forte guerreiro pelo calcanhar

Poderia devorar sua alma, uma vez rígida

E deleitar do nosso pudor, ainda recente

Da sua nudez para lá de única...

Ah... Helena, que beleza implausível

Amo-te, certamente, faria a mesma escolha

Viveria a mesma vida, só para ver os mesmos brilhos nos olhos.

Otávio M Alves
Enviado por Otávio M Alves em 10/01/2021
Reeditado em 11/01/2021
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