Cacos
Meu amor mudo e complacente
Brinca de ser. Olha nos olhos teus
E já acha que tem a mesma liberdade.
Encantado, acredita que pode voar...
Finge ter asas. Parte para o penhasco.
Vai ao mais alto mundo. Pensar que é seu.
Quando cai, sozinho e quebrado...
Diz desconhecer o porquê.
Pobre amor meu... Pobre eu...
Todo remendado. Feito de mil e um pedaços,
Volta a insistir. Pois ele não pode fulgurar
Sem o beijo que é meu (e de tantos mais).