ALGO NAS MÃOS
Nunca me pedirás, sei que não,
(amas a liberdade alheia),
mas a ti serei a nuvem que cobre a lua
para tua lágrima de distanciamento,
a capa para a chuva que te envolverá,
o sinal fugidio na esquina dos destinos...
Repararei meu erro deixando de ser a capa
do livro para ser as páginas deitadas em teu colo,
como um molusco te mostrarei o fundo do mar,
aceitarei apagar os passos do passado,
no escuro serei o brilho para os teus olhos...
Um homem sabe quando tem algo nas mãos,
como também sabe olhar e ver um caminho
tão diferente daquele que sonhara para si...
Ainda assim, a ti serei o fogão aceso
para tua comida e o teu café matinal;
dure o tempo que durar, inventarei
outra vida para que viva a sua...