Dois divórcios

Primeiro ele se rasteja

Implora e ao chão se ajoelha

Em algum momento chora

Depois braveja sem educação

Para depois pedir perdão

Busca consolo na devassidão

Falha novamente pois esquece

Que o prazer mora na mente

Ela que comanda o ventre

E se embebeda se droga

Acorda com odor de tabaco

Sente ódio irmão do amor

Concunhado da nostalgia

Primo materno da depressão

Se entope de alegria química

Caminha nas nuvens ri sem razão

Volta a tocar os pés no chão

E se pergunta onde errou

Veste-se da culpa do outro

Despe-se do resto de dignidade

Alimenta a inócua esperança

Que a mudança do caminho do outro

Cruze seu caminho novamente

Espera ele ingenuamente

A prova que o amor não era serpente

Segue o roteiro romântico da separação

Segue seus dias esperando redenção

Até o último minuto do embarque ao avião