A MORTE DO AMOR
Alguém pode matar o amor dentro de si...
É como descer um túnel e lá, escondida,
pousar numa vasilha o coração, sair dali
como se nada tivesse acontecido com sua vida...
Conheço uma mulher que agora ri do amor...
Sentada à beira do mar, contente, nada tem...
Pensa que viver seja não sentir nenhuma dor
e deseja nunca mais amar alguém...
Tem os olhos abertos e nada vê...
Tem um coração que bate e nada sente...
Fala em fé e em nada crê...
Ri como ri uma possuída, uma demente...
Essa mulher existe, sei seu nome,
pensa estar viva, vive mergulhada no fel;
um dia amou e não matou sua fome...
Seu nome tem cinco letras, . . . . .
O amor não envelhece, o coração sim...
Pergunte a Shakespeare ou a Luft, a Lia...
Essa mulher não enxergaria seu fim
nem se eu o mostrasse numa poesia...