É PRECISO ABRIR MÃO
4:45
Não consigo dormir.
O calor está insuportável e a tua falta congela o meu peito.
Gritei você, mas só a solidão fria e calculia me ouviu e ela nem ligou pra minha situação.
O whisk acabou e o café esfriou.
Na pia se acumula o meu estado de inanição, se há roupas limpas, já nem sei, só sei que os lençóis estão bagunçados, mas não contém a nossa bagunça, nem o gozo do nosso amor.
O gosto amargo da meia noite ainda badala em minha garganta e as interrogações continuam a questionar meus pensamentos.
Por onde anda a tua pele nua?
Aonde caminha o teu sorriso sem pudor?
Tá foda aqui, queria que soubesse, mas sou orgulhosa demais pra admitir... Por isso, ao raiar do sol vou mandar a saudade embora, vou arejar a casa e limpar o que restou de nós.
Eu sei, vai doer, mas sei que sou mais forte do que essa dor.
Essa é a minha última madrugada com você aqui, emaranhado em meus pensamentos.
Já me baguncei o suficiente, já me prendi demais nas nossas memórias.
É hora de desatar os 'nós' e deixar você partir.