Cigarras Cantam

Cigarras Cantam

Adormeci ouvindo seu canto lá fora

Aos poucos aquele mantra tomava meu ser

Guiado pelos vastos átrios dentro de mim

Um lugar onde ecoava às primícias da minha alma

Onde não havia sentimento de dor ou decepção

Num canto escuro tinha uma cigarra presa à uma gaiola

De portas abertas parecia cega alheia à saída

Só tinha o seu cantar, ecos de uma solidão

À esperança à abandonou à morrer de cantar

Sozinha era sua condenação minha alma chorou

Enxuguei minhas lágrimas olhando dentro de mim

Eu uma cigarra triste cantava por chuva de verão

Enganado eu cantava meu canto

Que clamava por amor inconciente

Por vida naquela primavera por outra cigarra que fugia da solidão.

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 05/12/2020
Reeditado em 05/12/2023
Código do texto: T7128300
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