Vontade de amar...

É por amor, sim, tem de ser.

Ouso acreditar que ainda haja amor,

e dor, e tantas coisas mais,

que já não me satisfaz, apenas sorrir.

Lembro-me dos teus beijos amarrados à minha alma,

no sufoco feliz de minha vontade,

essa louca ânsia de desejar-te sem medidas.

Ouço aquela música que ouvíamos

antes de fazer amor...

mesmo assim, fica a dor, encardida,

miseravelmente má!

Mas ainda me resta sonhar,

e é o único lugar onde te encontro,

louca de desejos, mansa como um cordeiro,

desenhando teu corpo sobre o meu.

Enlouqueces-me!

Faz mil anos que te vi e dois mil que te abracei.

O tempo não nos foi o senhor da razão,

porque hoje te amo muito mais,

no desembesto dessa paixão que morreu

para permanecer viva, atrevida, maltratante.

Acorda. Vem.

Sem teu amor não sou mais ninguém, nem nada,

Já não tenho pés, sequer estradas...

por onde vá.

Até outro beijo.

Até outro encontro sem medirmos os excessos,

porque tudo o que fizermos...

jamais sairá destes versos.

Paulino Vergetti

Poema inédito (03/12/2020)