O meio estar/estar no meio
Hoje foi um dia anil
acordada após uma longa noite de vinhos
o álcool retira a angústia em não ter
trazendo um súbito prazer.
Dias em que desejei não viver
confrontada pela profunda falta
que não se permite preencher.
Palpavelmente denso.
Abrir mão de um limite carnal
a fim de encontros luxuriosos
regados de seres que jamais amaria
pensando – por onde estás minha companhia?
Poupa-se do perverso sofrimento
enclausurada no lamento da ida
consumindo doses altas de tarologia.
Será que um dia vens?
Matar-te um pouco mais
ao compasso de continuar a desejar.
Engraçado largar aquele encontro
mas fazer da minha fala, ainda tua morada.
Seria demais imaginar um entrelace de paz?
Aguardar uma reviravolta
ou se aperrear com o desacerto maldiz?
Ah, a falta que "a falta" me faz...