Versos amargos e doce dor

A beleza do poema floresce

Nos canteiros da dor do poeta

Não ha poesia que se faça bela

Senão coberta pelo manto da dor

A chuva da paixão é seca na dor

Assim como o vazio é o destino do amor

Os versos são a fuga do escritor

O desamor é lapidado em sílabas

Escorrem no rosto e pingam no papel

O poeta sente o desamor no peito

Pontiagudo áspero e cruel

Como a ausência de aplausos

Fulminam o coração do ator

No último ato cerram as cortinas

E o silêncio ruidoso se traduz em pavor

Ao poeta o silêncio dela não mata

Mas transforma a esperança em vazio

Transmuta doce amor em amarga dor

E a doce dor em versos amargos de amor