Humano e Poeta

O poeta é -antes de tudo - um insano!

Vaguea - não sem medo - pelo mar das sereias

Pelas praias esquecidas, pelas brumas

Pelas vagas branqueadas d´escuma

Buscando tesouros que ninguém mais vê

Só por sua fé norteado

E se me achas tresloucado

Dizei-me o que acha você.

Bem sabes que a amo

Eu, humano e poeta na lua cheia,

Indivisível! Dois em um no seu abraço

Menino e homem no seu regaço.

Parto hoje, vem comigo

Farei-a feliz, tenho certeza.

Eu serei sua fortaleza

E meu peito seu abrigo.

O humano -antes de tudo- é frágil

Caminha -por vezes corre- sem ousar

Tranca-se à noite no quarto

Desiste, sente-se exausto

Não prossegue nas adversidades

Cai facilmente por terra

Lamenta-se, abre mão da liberdade

Magoa-se e seus sonhos enterra.

Não temo o naufrágio

Tenho braços, posso nadar.

Tenho pena e tinta, versos pra escrever

Motivos pra viver.

Vem cá, deixa-me ser sua jangada

Sê meu mar e eu seu seguro porto

A ilha dos amores aguarda nossa chegada.

Mais amores há em seu cabelo solto.

Arkangellus
Enviado por Arkangellus em 27/10/2007
Reeditado em 31/05/2011
Código do texto: T712125