Monólogo da Despedida
A vida se fazia bela
os dias, completamente ensolarados sem nenhum ar diferente
as pessoas e lugares
cheios de rostidades que não traziam novidade.
Era tudo muito insosso
quando meu sorriso de agogô fitou.
Aparecia pelas rostidades uma coisa branca
que estremeceu dos olhos ao falar.
Nada do que eu tentasse seria capaz
surrealista beleza
e trajar desengonçado.
Ah, como aquilo era bonito de se ver!
Uma amiga me disse
que você era ridicularmente engraçada e espontânea
não havia como discordar
mas já não cabe o lembrar.
Estupefata graças ao último encontro
a morte perfeita em palavras vãs
carregadas de tesódio (tesão com ódio)
e um quê de meio adeus.
A partida amordaçou o nó com s no final
poupando-nos do desvairado meio.
Mas agora há outrem neste lugar do “bem”
porque antes da tua chegada, foi ou era-se alguém.