Fantasma do Amor

Fantasma do Amor

Range dobradiças de velhas portas

Do cárcere da minha alma

Ecoa movido de solidão

Arrastam velhas correntes

Luz de velas perdem-se na escuridão

Fantasmas de amores mortos

Perambulam dia e noite

Assombrando esse coração

Ouço lágrimas de dor

Pergunto quem és?

Responde-me!

Sussurros dizem somos aquelas

Que passaram por tu vida

Borrando à aquarela de tua alegria

Quando nos dava amor te machucávamos

Da tua dor e desespero sorriamos

Vagamos por tantas bocas e alcovas

Buscando emoção nos perdemos na vida

Ostracismo e esquecimento nos pertencem

Andamos entre às feridas tão conhecidas

Feitas por nós nos átrios do teu coração

Somos fantasmas do amor que em te

Sem perceber nos aprisionou

Precisamos sair encontrar paz

Uma saída dessa tua prisão

Liberta-nos do teu ser

Nem te amamos porque esse cárcere?

Digo à vós fantasmas do amor

Nem sou algoz nem prisioneiro

Nem entendo porque em mim se ocultou

Espectros de um mal passado

De sentimentos que o vento levou

Sou alheio à vossa existência

Assombram-te devoram-te uns aos outros

Porque de vós em mim nada restou.

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 25/11/2020
Código do texto: T7119995
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