Fantasma do Amor
Fantasma do Amor
Range dobradiças de velhas portas
Do cárcere da minha alma
Ecoa movido de solidão
Arrastam velhas correntes
Luz de velas perdem-se na escuridão
Fantasmas de amores mortos
Perambulam dia e noite
Assombrando esse coração
Ouço lágrimas de dor
Pergunto quem és?
Responde-me!
Sussurros dizem somos aquelas
Que passaram por tu vida
Borrando à aquarela de tua alegria
Quando nos dava amor te machucávamos
Da tua dor e desespero sorriamos
Vagamos por tantas bocas e alcovas
Buscando emoção nos perdemos na vida
Ostracismo e esquecimento nos pertencem
Andamos entre às feridas tão conhecidas
Feitas por nós nos átrios do teu coração
Somos fantasmas do amor que em te
Sem perceber nos aprisionou
Precisamos sair encontrar paz
Uma saída dessa tua prisão
Liberta-nos do teu ser
Nem te amamos porque esse cárcere?
Digo à vós fantasmas do amor
Nem sou algoz nem prisioneiro
Nem entendo porque em mim se ocultou
Espectros de um mal passado
De sentimentos que o vento levou
Sou alheio à vossa existência
Assombram-te devoram-te uns aos outros
Porque de vós em mim nada restou.
Ricardo do Lago Matos