LOGO EU, QUE NÃO ME APEGO
Do nada você apareceu, a conversa cresceu e eu, que sempre levei tudo na brincadeira, me deixei levar.
Tudo foi acontecendo de uma forma tão natural e especial. Foram muitas madrugada, rindo, flertando, namorando, as horas voavam diante da nossa sintonia, era tão difícil me despedir, e as noites nas quais não nos falávamos, os ponteiros pareciam se arrastar só p'ra nos sacanear com a saudade.
Quando percebi, o que não estava nos meus planos, aconteceu! Logo eu, que não sou de me apegar, me apeguei tanto a você.
Eu me entreguei, me deixei sentir, te quis sentir, te fiz sentido, deixei fluir e me apaixonei.
Foi tola, eu sei!
Acreditei que um 'nós' poderia ser possível e que talvez, só dessa vez, não fosse uma peça do destino.
Às vezes, uma brincadeira é apenas um jeito gostoso de descontrair, mas você me fez sentir algo que eu jamais pensei ser possível, você me fez ser única, desejada e amada.
E eu acreditei! Realmente acreditei, que todos os momentos em que passamos juntos, de fato, fora especial.
Logo eu, que sempre fui tão irônica quando o assunto é o amor.
Não te julgo, nem me culpo pelo que nos permitimos viver. Você me apresentou um universo desconhecido, conheci tantas cores novas com você que cheguei a esquecer do meu mundo monocromático.
Confesso que há dias em que me pego em câmera lenta, divagando em cada traço teu e então, escrevo sobre nós.
Mas não escrevo para aliviar a dor, porque não dói, escrevo para fixar na memória o que vivemos e o que ao teu lado aprendi.
Quando fecho os meus olhos consigo te sentir tão próximo que posso tocar tua respiração.
Você se foi e a saudade ficou, de uma forma boa, gostosa de se sentir.
Confesso que a princípio doeu e muito, vez ou outra eu olhava a caixa de mensagens na esperança de te ler ali, mesmo sabendo que você é um passado sem volta.
E o mais engraçado disso tudo é que eu ainda te desejo, todas noites, mesmo sabendo que o meu desejo não será mais atendido.
Ou será que sim?
Enfim, o mundo da voltas né e quem sabe no meio desse desapego a gente se acha e se pega de volta, tudo pode, ou não, acontecer.