SE EU TIVESSE ASAS

Izaias Veríssimo de Castro - 23/11/2020

Quando tu partiste fiquei febril, senti tão vazio

Os dias dobraram, só tuas lembranças me ocupavam

As noites impiedosas tão mais escuras ficaram

Um pavor angustiante em aperto me adentrava

O suor incoerente brotava e a ânsia só aumentava

Meu corpo num desconforto louco no lençol colava

Inquieto eu rolava, arfando, de tanto que lhe desejava

Nem música, nem poesia, nada me acalentava

Tua foto me olhando, sorrindo no criado ao lado

E eu pensava: Iria lhe buscar voando, se eu tivesse asas.

Záias Castro
Enviado por Záias Castro em 23/11/2020
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