Toca-me

Com tuas mãos ausentes

Escreve na minha pele

 

Teus poemas

De fome e desejo!

      Deixa medrar

Na teia dos meus

Nervos a semente dos

Teus anseios

E arrepia os meus sentidos

 

Eriça a vegetação dos

Meus pelos com a brisa

Da tua respiração

Descompassada

 

Precipita minhas horas

E que tuas ondas varram

 

Do meu peito essa

Calma...que não quero!

 

Invade a muda vigília

E cerra minha pálpebra

Com teus sonhos

Deixa que teu olhar

Denuncie a palavra

Guardada.

 

Deixa que a poesia do

Teu toque amanheça

O meu dia

 

Vem inundar-me com

Teus venenos

Que este caminho

Sufocado seja a minha

Fome a tua sede

Saciada no beijo