Ao som da Quinta Sinfonia
Quando o amor chama meu tolo coração dispara.
Como num crescendo igual à Quinta Sinfonia.
Como se Beethoven em mim regesse a harmonia.
Do prelúdio intenso da emoção que ele declara.
Desde o início a intensidade rouba-me a calma.
Como se fora o amor em plenos atos nupciais.
Intercalando os tons que elevam a minha alma.
Às alturas dos acordes das belas odes angelicais.
E todo esse amor se faz em arroubos e fascínios.
Que ditam o rítmo da mais perfeita e doce melodia.
E enquanto arde o meu coração faz escrutínios.
E bate e pulsa no meu peito todo cheio de euforia.
Basta pensar que é ele quem está me chamando...
E eu penso até que ouço claramente a sua voz.
Como instrumento grave, que em mim fica vibrando...
Sinto o meu sangue correr nas veias mais veloz.
Então, o meu corpo vibra com um desejo tão intenso.
Como a ouvir em detalhes cada batida ao meu ouvido.
Tal qual o músico sinestésico, no acorde puro e denso.
Em delírios ouvia a música que era o seu único sentido.
Assim fogoso, também o é o amor que ora sinto.
Sonho sentindo-o a tocar com dedos esquálidos.
A orquestra do querer que penetra o meu labirinto.
E vem me cobrir com intenso amor e beijos cálidos.
Adriribeiro/@adri.poesias