Não Existem Poetas Nem Escritores

Atravessando impetuosa

As ruas da vida,

Procuro a maneira certa

De me revelar.

Fujo dos dias das pessoas comuns,

Das comparações injustas

Para alguém como eu,

Que do seu mundo

Descreve com palavras simples,

um amor sincero.

Discorre sobre tudo que compartilharam,

Os valores e desejos,

Cores e promessas,

E toda intimidade incontida.

Eu me encontrei assim,

No centro de um quadrado,

Coisa impossível para quem

Nunca soube o que o amor pedia.

E, palavra após palavra,

Meu sangue se tornou tinta,

Vital para o tempo que me resta.

Um fluxo incontrolável que tem forma,

Sensação e sentidos,

Sentidos em mim.

Me chamam poeta,

Uns poetisa, e eu não sou!

Sinto-me feliz por não estar

Procurando na pele

Uma marca, uma definição.

Disfarço, talvez por medo

De encontrar um porquê.

Porque não existem poetas nem escritores,

Existem emoções e histórias desatinadas

Procurando o caminho para casa.

Juciane Afonso
Enviado por Juciane Afonso em 19/11/2020
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