Não Existem Poetas Nem Escritores
Atravessando impetuosa
As ruas da vida,
Procuro a maneira certa
De me revelar.
Fujo dos dias das pessoas comuns,
Das comparações injustas
Para alguém como eu,
Que do seu mundo
Descreve com palavras simples,
um amor sincero.
Discorre sobre tudo que compartilharam,
Os valores e desejos,
Cores e promessas,
E toda intimidade incontida.
Eu me encontrei assim,
No centro de um quadrado,
Coisa impossível para quem
Nunca soube o que o amor pedia.
E, palavra após palavra,
Meu sangue se tornou tinta,
Vital para o tempo que me resta.
Um fluxo incontrolável que tem forma,
Sensação e sentidos,
Sentidos em mim.
Me chamam poeta,
Uns poetisa, e eu não sou!
Sinto-me feliz por não estar
Procurando na pele
Uma marca, uma definição.
Disfarço, talvez por medo
De encontrar um porquê.
Porque não existem poetas nem escritores,
Existem emoções e histórias desatinadas
Procurando o caminho para casa.