Um Grito

Eu surto no grito do silencio,

como quem chupa um sorvete,

sob um sol que cria infinitas cores

em um chão de pétalas de flores...

E rasgo meus pulsos com um estilete.

O sangue escorre como um rio

eloquente, pulsa na vermelhidão de um

olhar descrente e tudo em m'volta

me é indiferente, mas determinado como

é o aroma de rosas em um ramalhete

A dor não me surpreende ou me tiraniza

somente o mistério da vida me prende,

também o horror de ver o vermelho

na minha camisa.

Não se pode encurtar a trilha

mas nada obriga

um Velho moinho de vento a girar

tão lento, tomado pela clausura

do desatino eu penso ouvir violinos

nas margens insanas do meu pensamento

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 16/11/2020
Código do texto: T7112755
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