A DOR DE UM PAI
O sol nasceu no horizonte,
Mas atrás do meu “monte”
Está escuridão.
Pois o que há no meu coração,
É a saudade tua,
Que partindo, deixou minh ’alma nua,
E triste.
Tu eras, nesta vida,
Um “sol”, pra mim!
O meu corpo todo tremeu,
Quando teu corpo feneceu
E me deixou assim...
Eis um monte escuro,
O coração de um pai
Que aos poucos se esvai
E chora em apuro.
Perder um filho amado,
Coração dilacerado
Dor infinita!
Não senti este ardor,
Nem gostaria de senti-lo,
Mas por amor,
Em poesia partilho
Tentando diminuir a dor.
Que seus “montes” voltem a brilhar
Porque em algum lugar,
Alguém precisa que tu estejas iluminado
Para que a sua alma descanse em paz.
Ênio Azevedo