Afagos da Donzela
Branda se escora na cadeira de balanço
Com suas mãos brancas e delicadas abre o pequeno postal
Quem será que a incomoda essa hora, perturba o seu descanso
Com mensagens inoportunas de momento fatal
A mensagem vem de longe, vem de além-mar
Ainda carregando o cheiro das ondas e sua rebeldia
Noticia novidades do seu amado que vem comunicar
A sua chegada foi tumultuada, tomada pela balburdia
Apreensiva, com o coração palpitante põe-se a ler
Buscando os detalhes qualquer notícia que a conforte
Naquelas palavras de desânimo ela começa a perceber
Que o infortúnio da desgraça ameaça a sua sorte
O amado a deixou com a promessa ingênua, dita de forma instintiva
Que já estava um homem feito, pronto para ela amar
A pediu em casamento e ela aceitou toda lascívia
Esperando o dia que para ela, ele iria voltar
Porém as lástimas do destino encerra um amor prometido
Ele fora destinado a outros campos, a outras terras
Com resignação chora a um amor que fora proibido
Pela sina da paixão que o seu peito encerra
E distante seu amado fecha os olhos para vida
Enterrado em uma lápide sem nome, debaixo de um carvalho
Sobreviverá eternamente em lembranças adormecidas
Longe das promessas de sua donzela e de seus afagos