Afagos da Donzela

Branda se escora na cadeira de balanço

Com suas mãos brancas e delicadas abre o pequeno postal

Quem será que a incomoda essa hora, perturba o seu descanso

Com mensagens inoportunas de momento fatal

A mensagem vem de longe, vem de além-mar

Ainda carregando o cheiro das ondas e sua rebeldia

Noticia novidades do seu amado que vem comunicar

A sua chegada foi tumultuada, tomada pela balburdia

Apreensiva, com o coração palpitante põe-se a ler

Buscando os detalhes qualquer notícia que a conforte

Naquelas palavras de desânimo ela começa a perceber

Que o infortúnio da desgraça ameaça a sua sorte

O amado a deixou com a promessa ingênua, dita de forma instintiva

Que já estava um homem feito, pronto para ela amar

A pediu em casamento e ela aceitou toda lascívia

Esperando o dia que para ela, ele iria voltar

Porém as lástimas do destino encerra um amor prometido

Ele fora destinado a outros campos, a outras terras

Com resignação chora a um amor que fora proibido

Pela sina da paixão que o seu peito encerra

E distante seu amado fecha os olhos para vida

Enterrado em uma lápide sem nome, debaixo de um carvalho

Sobreviverá eternamente em lembranças adormecidas

Longe das promessas de sua donzela e de seus afagos

Kaynne
Enviado por Kaynne em 06/11/2020
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