Estranho Amor...
Estranho...
Vou brincando com o verbo...
Na verdade queria escrever...
Meu amor com cores...
A lembrar sua transfiguração...
Nas ruas em nos encontrávamos...
Quando éramos adolescentes...
Estranho...
Fui muito decente contigo ontem...
Hoje sou indecente...
Em recordar...
O que nunca aconteceu...
Por favor...
A paixão é o que me move...
No verão...
O suor da sua ausência...
É estranho com minha vontade...
Viver o reviver...
Em te ver a cada aurora...
Nas manhãs...
As maças estão mais vermelhas...
Os ipês anunciam o ouro da saudade...
A mocidade foi-se estranhamente...
Na saudade...
Eu encontro sua postura séria...
E na brincadeira...
Repentina de brindar sua ausência...
O vinho escorre por meus lábios...
Sedentos a beijar...
O nada...
Estranhamente...
Não vou chorar agora...
Mas vou sempre lembrar...
A cada acordar...
Estranho...
No balancear do amar...
Há um amar para navegar...
Em desatinar...
O afogar...
De sempre recordar...
Estranho...
Querer dizer tudo...
Agora...
Que o silêncio é eterno...
Estranho...
Você chegou...
Pensei que fosse para sempre...
Revoou para longe...
E nosso beijo adormecido e merecido...
A cada nova situação de saudade...
Um lamento...
Transformando em livramento...
Mas advindo de sofrimento...
Estranhamente...
Você nunca partiu...
Só sobressaiu entre todas...
A cada abraço...
Um traço...
Do seu retrato...
Gravado na minha mente...
Que não consegue mais mentir...
E apenas a te sentir...
Ferindo meu orgulho...
Dissolvendo pedregulhos...
Com barulhos de nostalgia...
Um dia...
Seria estranho...
Que eu não lembrasse...
Do bem que você fez...
Naquele dia em frente a igreja...
Orações e emoções...
No nosso pranto...
Estranho...
Caminho para a elucidação...
De corações...
Frios e tímidos...
Estranhamente brindo...
Com paredes gélidas...
Precárias de saudades...
Estranhamente...
Ainda te quero em meus braços...
Envelhecidos e enrijecidos...
Estranhamente sou estranho...
Ainda vejo você seus cabelos soltos...
Dentro do seu carro...
Andando arquejante pelo centro da cidade...
Estranhamente no clube lacrado...
Faz a solidão...
Angariar alguma razão...
De ainda sonhar com sua paixão...
Na cama fria...
Queria voltar sonhar com seu amar...
Estranhamento você nunca cresceu...
Somente absorveu...
Meu estranho modo...
De sonhar...
Para sempre...
Em te amar....