A chuva, de novo

A chuva cai sem parar

Sobre ela não consigo parar de falar

Esperando que alguém venha me ajudar

Você veio apenas para me machucar

É irresponsável não assumir este dano

É covarde cobrir tudo com o pano

Porém covarde todos somos

E por mais que passe os anos

A poça d'água formada ainda estará lá

Formando lembranças que me trazem para cá

Não sei se isto é bom

Não em que tempo se encontra meu dom

De andar sobre passado,futuro e presente

E em todos me encontrar ausente

Preso em uma solidão apática

Seguindo uma tristeza fanática

Adorando uma deusa inexistente

Que em meu terreno plantou uma semente

Da mórbida dúvida

Se tudo não passa de uma felicidade lúdica.