MUSA PAULISTA
Para Maria Lúcia Zanelli
Minha Tarsila
de pele de seda,
da cor do luar,
por que não me escreves,
por que não me ligas?
Eu quero te amar.
Andei pelas vilas
a te procurar.
Ó musa paulista!
Perdi-te de vista,
não sei voltar.
Aquela flor
no nosso caminho,
no pensamento
há-de ficar.
Não tinha espinhos...
Puro elemento
a nos perfumar.
Que azul que ela tinha!
Que cor!
Que mar!
O amor nos convinha
e nós não soubemos
dele desfrutar.
Água Fria! Água Fria!
No meu pensamento
há-de ficar.
A minha Tarsila,
de pele de seda,
da cor do luar,
erdeu-se de mim,
eterno penar.
NMT.