AO PAI
Para Vicente de Paula Miranda Borges
Tal qual é acima é abaixo
Sendo assim, chegou o momento
Do mistério ser revelado
Me dirijo a ti meu pai
Com trajes limpos e pés descalços
Para agradecer a vida e a educação
Vida que rompendo as barreiras dos ventos
Se transforma em brisa
E vem tocar com alegria o véu do amor
Pai que com força de Eros unido a minha mãe
Um dia me gerou
Louvado seja a criação bendito seja o amor
Teu exemplo me arrastou
Contra a má vontade e a preguiça
Me alertou, por isso pai
Sei onde vai
Quando está só
E não é vergonhoso pedir socorro
Pedir ajuda, para que a luta seja justa
Pedir proteção, para que sejamos bons irmãos
Pedir abrigo, para que o coração não esteja aflito
Pai seus olhos sábios me revelam segredos do universo
Pai seu rosto e seus beijos fazem do homem o credo
Pai aqui não há culpa somente bem aventura
Nesse ministério que é o viver
Me ligo a ti jubiloso por te ter
Como pai e por mais que a vida vai
Sempre estarei ligado em teu ser
Pai! Do fundo da minha alma
Amo você
Se rogo diretamente a ti
É por sentir que no alto
Nossos antepassados
Tem um pai em comum
E há um pai eleito para cada um
E se “saber não ocupa lugar”
Tenho em mim um altar
Pronto pra ofertar
Minha compreensão à sua lição
Pai então lhe pergunto
Com o silêncio do meu coração
Como faço para cantar aquela canção?
“Você está escutando?
Teatro de outro mundo!
Uma voz ao longe”
“Fica sempre um pouco de perfume
Nas mãos que oferecem rosas
Nas mãos que sabem ser generosas”