Amor de dependência
Há quem simplesmente conteste.
Mas há quem talvez o reivindique.
Há quem negue, rejeite e renegue.
Mas há também quem o dedique.
Amor: são tantos tipos e subtipos.
Há tipos do tipo sem tipificação.
Como há subtipos sem classificação.
Mas estes não carregam logotipos.
Irreconhecíveis... Eles são tantos!
Inconcebíveis! Outros tantos mais!
Mas não conheço, por enquanto,
Dois que sejam totalmente iguais.
Os amantes sempre reclamam.
Querem um "amor de liberdade".
Não acredito que os livres amam.
Já que eles não sentem saudade.
Amor sempre vai gerar dependência.
Do toque, da voz ou talvez do cheiro.
Amar não é ação. É pura consequência.
Do que se doa ao se entregar por inteiro.
Não acredito nesse amor que libera.
Que afrouxa e relega ao esquecimento.
O amor é cuidado e sem ele, degenera.
O amor desapego é simples fingimento.
O amor fiscaliza, se arvora e reclama.
Ser dono, ser vítima e as vezes o algoz.
O amor pavio que não arde em chama.
Não é amor. É fantasma num trem veloz.
Adriribeiro/@adri.poesias