DEIXAR O AMOR FLUIR

Ansioso, pra espairecer a mente, ando

Conto os passos, erro, recomeço

Pensamento esparso, vagueia, viajo tanto

Mas retorno em ti, lhe sinto comigo ali

Num arrepio deixo um sorriso cair

E ao perceber faço outro se abrir, florir

Cantarolo a música que você gosta

Lhe ouço me acompanhando em segunda voz

Lembro da guloseima que você adora

Ricamente brota saliva na minha boca

Engulo, sinto o sabor do teu beijo que aflora

Passo na pracinha onde lhe conheci

Olho pra roseira de perto da fonte

Lembro da primeira flor que lhe ofereci

Não resisto vou lá e colho mais uma

Saio com ela rolando o caule entre os dedos

Fecho os olhos, a inalo e sinto o teu cheiro

Não agüento por mais que tento

Pego o celular, penso em te ligar

Deslizo o dedo, destravo, te vejo

Ainda não lhe tirei do papel de parede

Meus olhos brilham, brilham sim!

Não os vejo num espelho, mas percebo

Pois se não me controlar, lagrimejo

Pra que ligar né? Pra que?

Vou pessoalmente procurar você

Desça e fique aqui tristeza a se contorcer

Se enrosque ao orgulho, à angústia

E assim será o fim da tua astúcia

Que morram agarradas aqui

A vida passa tão rápido, melhor perdoar

Ser menos hostil, deixar o amor fluir

Záias Castro
Enviado por Záias Castro em 29/10/2020
Código do texto: T7099205
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