Cosmogonia do Amor
Todos nós somos profundos.
Alguns,
Como o Mar que veleja a Terra;
Outros,
Como um abismo que perdeu o rumo
Onde o EU vazio senta e espera
Uma leve brisa para outro mundo.
E leveza pede mais leveza
Para uma sideral viagem
Saindo dos ares de tristeza
Para Ver-nos, para aMar-te.
Talvez sob o signo do desastre
Ou de uma sorte sem destreza.
No entanto,
Vamos.
Cosmos obstinados!
Ao centro de nossa galáxia.
Fermentando toda a Via Láctea
Num delírio destilado
De estrelas absurdas.
Para qualquer ciência:
Mudas!
Mas
Cantando sua última música
No disco de acreção intenso
De nosso horizonte de eventos.
Pegamos um desvio para o vermelho,
Meu amor!
Nesse universo sem freios
Onde nada para sua expansão!
Se perder no princípio da incerteza
Se todo espaço já é sem chão?
Seu alicerce
É o desejo
Com toda a certeza!
E nossos corpos são espirais de pulsares
Sob a luz de supernovas irregulares
Apagando os celestes castiçais.
Pois
Estrelas binárias
Pedem toques astrais
E fusões termonucleares.
E assim
Nossos astros
Infinitesimais
Viram gigantes vermelhas colossais
Para depois
De um suspiro relapso
Caírem num inevitável colapso
E se tocarem nunca mais!
Dando a matéria de suas centelhas
A outras errantes estrelas
Alheias
Aos nossos núcleos ancestrais!
E as flutuações do peito que se fecha
As quantas andarão?
Quem sabe?
Talvez todo o Universo seja
Apenas um abismo
De arriscadas belezas
E que, de nós, só teve admiração
Por estarmos
Sempre
Com os pés no chão.
DISCO DE ACREÇÃO: Dá-se o nome de disco de acreção à estrutura formada por materiais difusos em movimento orbital ao redor de um corpo central. Este último costuma ser uma estrela jovem, uma proto-estrela, uma anã branca, uma estrela de nêutrons ou (no nosso caso)um buraco negro.
HORIZONTE DE EVENTOS: popularmente conhecido como ponto de não-retorno, é a fronteira teórica ao redor de um buraco negro a partir da qual a força da gravidade é tão forte que, nada, nem mesmo a luz, pode escapar pois a sua velocidade é inferior à velocidade de escape do buraco negro.
DESVIO PARA O VERMELHO: De forma simples: é a diminuição da frequência das ondas de luz (o vermelho tem menor frequência) por vários motivos em astronomia. O principal é a distanciamento da sua fonte do observador provocado pela expansão do universo. É A CARACTERÍSTICA MAIS MARCANTE DOS ASTROS QUE SE AFASTAM.
PRINCÍPIO DA INCERTEZA: Postulado da Física Quântica pelo qual é impossível se conhecer todas as propriedades de um sistema quântico, pois o ato de medir interfere nos resultados desse sistema. Variáveis complementares, por exemplo, como a velocidade e posição de um partícula não podem ser obtidas simultaneamente. Medindo a velocidade se perde a posição e vice-versa. O princípio é tão profundo que não apenas diz que o observador interfere no sistema como, inevitavelmente, faz parte dele. Conclusão: NUNCA PODEREMOS TER CERTEZA ABSOLUTA DE NADA, POIS ALTERAMOS SUA NATUREZA APENAS COM A OBSERVAÇÃO. É MELHOR ENTÃO RELAXAR E ACEITAR AS COISAS COMO SÃO MESMO SEM CONHECÊ-LAS POR COMPLETO.
PULSAR: são estrelas de nêutrons que, em virtude de seu intenso campo magnético, transformam a energia rotacional em energia eletromagnética. A medida que o pulsar gira, seu intenso campo magnético induz um enorme campo elétrico na sua superfície. OU SEJA, ESTRELAS QUE EMITEM LUZ NA FORMA DE PULSOS INTENSOS, COM FORTÍSSIMA ATRAÇÃO MAGNÉTICA.
SUPERNOVA: é um evento astronômico que ocorre durante os estágios finais da evolução de algumas estrelas, que é caracterizado por uma explosão muito brilhante. Por um curto espaço de tempo, isto causa um efeito similar ao surgimento de uma estrela nova, antes de desaparecer lentamente ao longo de várias semanas ou meses.
ESTRELAS BINÁRIAS: é um sistema estelar que consiste de duas estrelas orbitando um baricentro (centro de massas) comum. Algumas estão tão perto que chegam a tocar suas atmosferas.
FUSÃO TERMONUCLEAR: é a união de pequenos núcleos atômicos, que formarão um núcleo maior e mais estável liberando, no processo, quantidades colossais de energia e principalmente calor.
GIGANTE VERMELHA: é uma estrela gigante luminosa de massa pequena ou intermediária (entre 0,5 e 10 massas solares), numa fase avançada da evolução estelar. A atmosfera exterior é inflada e tênue, fazendo com que o raio seja imenso. É última fase de um estrela antes dela colapsar em um Anã Branca. A matéria da mesma vai sendo expulsa durante seu colapso, podendo formar novas estrelas ou ser capturas por outras.
FLUTUAÇÃO QUÂNTICA: Na física quântica, é a mudança temporária na quantidade de energia em um ponto no espaço, como explicado no princípio de incerteza de Werner Heisenberg. Isto permite a criação de pares de partícula-antipartícula de partículas virtuais. PARES EXTREMAMENTE EFÊMEROS, DIGA-SE DE PASSAGEM.