CAIS...
Uma noite quase fria anunciava
Seria especialmente única e envolvente
A ansiedade era habitual a tal contexto
Seria o primeiro momento entre os olhares
Havia ansiedade e a velada ideia de um desejo.
Eu te avistei de longe... Ainda não me via
Em um jeans e blusa preta vestido
Já no primeiro instante eu sorri brevemente
Minha cor preferida estampava seu corpo
Um toque de cuidado na escolha de como veio a mim
O primeiro gostei encadeado no meu peito.
Então as horas seguiram infindas
Eram confissões e sorrisos doados
Assuntos tantos que a sintonia era latente
Os goles de cerveja faziam tudo ainda mais raro.
Entre um bar e outro a aproximação surgiu
Seu primeiro toque alcança-me delicado
Você mais perto e sua mão tocando meu braço
Acende o lúcido segundo de anunciação
Aconteceria o beijo! Havia a intenção!
E nossos lábios lentamente se uniram
Era o gosto do despertar à nova emoção.
Foi inevitável... Sabemos e sentimos que foi!
O brilho do mar e o aconchego do cais nos clamaram
E foi ao nascer do dia que nos permitimos o inesperado
Quase adolescentes subversivos e entregues
Éramos apenas beijos, toques e sedução!
Seu gosto em minha boca era de um beijo profundo
As mãos incessantes em busca de se permitir à entrega
Você abaixando meu sutiã e tocando meus seios
A respiração ofegante revelava qualquer segredo
Minha mão a descobrir o quanto você me queria
Sua mão a me despertar e me fazer pedir
Quase te invadi com minhas súplicas de desejo
Quase me tomou como sua naquela explosão de desejo.
E de repente já tínhamos que nos despedir
Um beijo doce selava o até breve
Era uma luz diferente naquele cais aquele dia
Onde apesar de um nascer do Sol único
Tudo foi ofuscado pela nossa poesia.