DOCE NOVEMBRO
Na madrugada fria de outono,
Nascem nossos sonhos de primavera.
E acende-se a chama da magia eterna
Adormecida e eternizada em seu trono.
Foi na praia do eterno mar-oceano
Que se encontraram nossos destinos.
Duas almas unidas por um amor divino
Que domina o coração humano.
Andando pelo bosque florestal,
Vi a mais bela criatura angelical,
Que me conquistou com algo especial,
Acho que o teu olhar sobrenatural.
Amo-te inexplicavelmente,
De uma forma quase impossível,
E, no teu olhar, a chama inesquecível
Do amor que, por mim, sentes.
O suave toque do vento,
Avisa-nos que algo vai acontecer.
E a luz da lua, no anoitecer,
Pressente um mal de sofrimento.
O nosso grande amor desperta
A inveja, o ódio que fere e envenena.
E destroem nossa vida plena,
Levando-nos a uma vida deserta.
A distância é dura e cruel.
Nossos corações entristecidos e amargurados,
Não suportam ficar separados
E tua ausência para mim é fel.
Uma sombria força se mantém.
Nosso amor é lançado no abismo,
E do rosto, apaga-se o sorriso,
Mas ainda existe a força do bem!
Parece não ter fim,
A amargura de uma paixão,
Causada somente pela ambição
De algumas pessoas ruins.
Dos efeitos sonoros, a harmonia
Que toca para nós, um ritmo de poesia,
Unindo-nos num mágico toque de alegria,
Destruindo a força que nos distancia.
Somente as Sete chaves de ouro podem abrir
A porta que guarda o mais belo diamante,
Inexorável, distinto e fascinante,
Que sinto, querida, por ti!
Fogo do desejo, da ternura e do encanto.
Eis que, dos meus sonhos, a musa,
Que nos lábios tem um mar de doçura
E que para mim és um anjo!
Em nosso reencontro, a conquista
E o meu olhar no teu olhar...
Excepcional é o privilégio de amar
Que, em nossos corações, se eterniza.
É o inverno de paixão
A fonte de mel dos lábios teus.
Eu quero mergulhar num beijo teu
E sentir as chuvas de verão.
No outono de seu encantado riso,
O amor, por entre a mata verde,
Caminha saciando a sede,
Mostrando-me, de vez, o paraíso.
Teus olhos de ternura são.
Dois lagos de água cristalina,
Água que me chama, que me fascina
Que me afoga e inunda meu coração.
Meu coração é um rio eterno
De amor, carinho e doçura,
Que transborda de ternura
Em um oculto e profundo universo
Nós dois, em uma linda fazenda,
Curtindo a paisagem e o pôr do sol
E a noite, na cama, debaixo do lençol,
O nosso amor torna-se uma lenda.
Há saudades que, no peito, arde.
Um amor que sempre palpita
Na invernal estação novembrista
Uma recordação da mocidade.
Mês das chuvas e dos ventos.
De saudosos momentos
De grandes encantamentos
E do nosso inesquecível casamento.
O nosso amor, se bem me lembro,
Sereia do meu mar-oceano
Eternizou-se em nosso coração humano
Em pleno doce novembro.
FARES, 2006
23/11/2006