MATÉRIA PLASMÁVEL
Orgulho-me de ser a matéria plasmável
Onde o meu gênio revolto, e teimoso
Há de criar uma obra à tua semelhança!
Tudo é belo para mim, e tudo prende e atrai
Junto a ti sou feliz e me sinto uma criança
Fascinado e atraído pela tua palavra doce!
E se me falas da vida ou se o mundo desvenda
As palavras que ressoam na alma como ecos
De um botão de rosa se abre a uma gota de orvalho
E agora nova vida! E em tudo um novo horizonte!
Tantas vezes te ouvi! E sempre com espanto
Quando me dizias, que era tarde, era a hora de dormir,
E que te ias embora... Muitas vezes, deitado,
Eu rezava baixinho uma prece para meu amor.
Geraldo de Azevedo