CAFUNÉ
Tem hora que as palavras são cafuné
Afagam a alma, devolvem a paz
colocam-nos pra sonhar...
com seresta no meio da madrugada,
com boa nova no jornal da manhã,
com uma tarde cheia de algodão-doce
para a visita inesperada.
Tem hora que as palavras deslizam
no tobogã da existência
e viram poema:
oração que faz cócegas
na esperança até ela despertar!
Hoje eu quero te fazer cafuné
sussurrar que sinto a tua falta
e te ninar nos meus braços
até a Lua clarear a noite.
Parem as prensas!
Pois estas palavras
passageiras
não passam de sonhos.
São
do
vento,
que vai dissipando
entre os meus dedos
o emaranhado da nossa história
nas amarrotadas nuvens dos teus cabelos.