CAFUNÉ

Tem hora que as palavras são cafuné

Afagam a alma, devolvem a paz

colocam-nos pra sonhar...

com seresta no meio da madrugada,

com boa nova no jornal da manhã,

com uma tarde cheia de algodão-doce

para a visita inesperada.

Tem hora que as palavras deslizam

no tobogã da existência

e viram poema:

oração que faz cócegas

na esperança até ela despertar!

Hoje eu quero te fazer cafuné

sussurrar que sinto a tua falta

e te ninar nos meus braços

até a Lua clarear a noite.

Parem as prensas!

Pois estas palavras

passageiras

não passam de sonhos.

São

do

vento,

que vai dissipando

entre os meus dedos

o emaranhado da nossa história

nas amarrotadas nuvens dos teus cabelos.

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 22/10/2020
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