Poema caprichoso

.

.

A minha Escrita é maior

que eu

Porque me afaga e engrandece

com a chama sagrada

que aquece as preces

.

A minha Escrita não é coisa

comprada

Foi-me doada pelo ADN desconhecido

dos meus antigos antepassados

fossem eles quem fossem

ricos ou pobres

nobres senhores

ou zés-ninguém

.

A minha escrita, um dom

que tenho pago sílaba-a-sílaba

caro e tramado

Que me reveste de Solidão

Isolamento

e Ingratidão

.

Um poema sai – quando quer

Seja qual for a hora do dia

ou da noite

.

É como um bebé:

Quando começa a sair

já não pode voltar para trás!

.

Um poema é uma carta caprichosa

Ou sai trunfo

ou sai castanha bichosa...

.

Um poema é um enigma

Ninguém sabe nem como

nem por que nasceu

.

É um raio de luz

inesperada,

um toque de vida

no meio da noite ...

.

.

© Myriam Jubilot de Carvalho

29 de setembro de 2020

Myriam Jubilot de Carvalho
Enviado por Myriam Jubilot de Carvalho em 22/10/2020
Código do texto: T7093353
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