Colibri Cego
Colibri cego
Asas minhas desesperadas
Batem mil vezes
Faz-me pairar no ar
Natureza me fez cego
Pra beleza não enxergar
Voa livre colibri cego
Entre jardim e pomar
Todas às flores te pertencem
Pelo perfume irão te guiar
Serás liberto da paixão
Pois elas jamais tocaram teu olhar
Tolo és aquele que cegou meus olhos
Sem meu coração arrancar
Bate asas pelos jardins do mundo
Não vi nenhum beleza de fato
Até na minha rosa dá um esbarrão
Seu perfume tocou minha alma
Nem precisei de ter visão
Minha rosa viu minha deficiência no olhar
Fez disparar meu frágil coração
Um dia não tive olhos para beleza contemplar
Hoje tenho minha rosa e amor dela
Pra mim é tudo melhor que ter o dom da visão.
Ricardo do Lago Matos