Nós
Foi uma bela duma laçada
Ainda busca entender o que aconteceu
Procura o fio da meada
Acha que foi quando ela apareceu
Lembra do nó na garganta
Admirava as tranças do seu cabelo
Num sorriso que encanta
Disfarçado no pouco zelo
Mas tudo era planejado
Se viu pego por seu ardil
E de um rei para ser coroado
O que pensava ser trono, era garrote vil
Ela foi dando corda à vontade
Ele foi ficando enrolado
Espremida sua sanidade
Ela saiu, deixando um coração escravizado
De ideias, num emaranhado
Sua cabeça foi dando um nó
Pela paixão amarrado
Imobilizado sem dó
Hoje num nó de algemas
Quanto mais puxa, mais fica aprisionado
É difícil o seu dilema
Até porque não sabe se quer ser libertado
Onde a corda que amarra é também o açoite
No sonho do pelourinho, um conforto:
Sofre, mas pensa nela toda noite
Pois a dor garante que ainda não está morto
E só vivo pode esperar por um milagre
Algo que faça toda a paixão valer a pena
E ela num abraço que o desamarre
Com o poder de lhe restituir a vida plena