AMOR NA DOBRA DO TEMPO
É uma mistura de incenso e suco gástrico,
quando se abre o jornal pela manhã.
E inesperadamente entre talheres e restos,
entre classificados e decadência estética,
a ausência se torna saudade e pensamento,
porque os nomes se tornam coisas,
e as coisas, futuros fantasmas perdidos.
Como o espaço é dobra e nesta sala,
convivem almas e projetos de tempo,
não esqueço nem desprendo lamento,
já que amanhã será o jamais posto,
e hoje é hora de ser como o vento.