Paixão de folhetim
Linda, no inefável charme de artista...
Um olhar casual, bom perfume,
riso maroto de quem assume
furtivo amor à primeira vista.
Inútil furtar-me aos seus encantos.
Com devoção dei-me ao sacrifício,
pois o amor foi sempre o meu ofício,
um amar demais e um querer tanto.
Foi uma paixão de folhetim,
porém um romance desigual,
pois faltava nele o principal
que era ela também gostar de mim.
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N. do A. – Na ilustração, Retrato de Mulher Bonita de Vladimir Volegov (Rússia, 1957).