O homem perfurado pelo mundo

Nos mistérios dos caminhos perfurados

Pelo movimento da sentença da amargura

A história que circula nos longínquos seres amados

Retrata o orgulho de quem vence a loucura

De disputas fúteis que transformam em tragédia

O que deveria ser uma luta cotidiana sem erros

A mágoa é o combustível disfarçado de bravura

Um sentimento fugaz que a todos na moldura

Destrói a Humanidade nos concertos da paixão

Viver em meio a guerra é como morrer na ilusão

De quem procura uma audácia nas marcas da solidão

E neste perigoso rumo é navegar na prisão de seus próprios instintos

Assim é a história de Lampião e Maria Bonita

Uma história de amor que a vida deu um grito

Com uma suave entrega às trilhas do meu Nordeste

Da mulher ao seu amante que seu coração deste

Com ímpetos de longa estrada

Nas noites enluaradas, perdidos nos contratempos

Se foi heroísmo ou maldade

Nos ramos do Coração

Nunca se houve espadas que houvesse manifestação

De uma coragem de buscas

Nas terras ainda se rebusca os tons dessa imortal lenda

O homem quando procura motivos pra fazer justiças

Perdendo a sua razão, maior que sua cobiça

Revira a estação com seus enigmas do peito

E faz de um simples caminho, ser seu maior suspeito

De inimigos, vence a vida

E numa armadilha do Tempo

Faz da dor enaltecida

A moradia de anjos caídos numa floresta

Pois o encanto do amor sempre é triste festa

Num espaço de guerra marcada nas contradições

Nas amargas soluções que a sua visão enfeitiçou nossos sermões.

Lucilene Nobre
Enviado por Lucilene Nobre em 16/10/2020
Reeditado em 16/10/2020
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