SILHUETA
(Sócrates Di lima)
Fechei os olhos por alguns instantes,
Vasculhei a minha mente,
E como quereres anunciantes,
Vislumbrei tua silhueta de repente.
Era final de tarde,
A noite principiava,
A Lua trazia de volta a saudade,
E a alma arrepiava.
Abri os olhos naquela imensidão,
Vi a silhueta da Lua intensa,
Vi a tua silhueta junto à constelação,
Minha alma a isto estava propensa.
Intensa, foi a saudade chegada,
O coração baqueou e forte bateu,
O desassossego na alma foi anunciada,
Então meu corpo todo tremeu.
Eras tu que estavas ali,
Entre o lilás véu o corpo desnudado,
Meus olhos numa miragem daqui,
Viu além teu rosto enamorado.
Juntei-me a ti, no pensamento,
Busquei teus olhos cerrados,
E teu semblante mostoru o terno contemplamento,
Que meus olhos ficaram embasbacados.
Meu coração sentiu assim,
A distância estava ainda maior,
Talvez não te lembras tanto assim de mim,
Mas aqui dentro vives e não é o pior.
Talvez o amor que um dia morreu em teu coração,
Ainda vive forte e latente nesse desejos teus,
E por mais que tu queiras se esconder na escuridão,
Não consiguirás esquecer os olhos meus.
Então me pega de jeito esta saudade implacável,
Que me remete a cada nosso pequeno detalhe,
Entre a lua e as estrelas uma visão indomável,
Tua silhueta eu vejo sem que a saudade falhe.