LENTE II

Ao despir-se em naufrágio

Ao ouvir-se entre as ondas... teu silêncio, tal como areia

Corre a boca, no mar adentra

O vento te sopra apagando a candeia

...

Ao tingir desumana, a conduta

quem espera caminhos e, espinhos audazes

apavorados, pôs-se ao incêndio

num barco de flores, sem pudores ou saudades.

...

Quer por sempre tão caras

Minhas figas em validades, disse-me assim!

Duram dias e horas, essas folhas amargas.

Lavram primavera e noites sem fim.

Quer botar mãos ao leme, de punho operário

Ao sentir tuas dores, que sem rumo vadeia

Colhe esse ramo de flor que do peito rebenta

Oferta o seu perfume se a dor te rodeia!

LENTE II

erhi Araújo

erhi Araújo
Enviado por erhi Araújo em 13/10/2020
Código do texto: T7086508
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