Memórias

Era o mar.

Morria a terra junto às pedras

e o tempo quebrava como onda que não via.

No céu de estanho os voos

e à boca do mundo o corpo aberto a todas as vozes,

a todos os gritos,

aos dentes da tua fome antiga.

Já não sinto o teu furor estranho,

mas sei das águas na dor da maré,

das palavras que uivas ao meu corpo exausto.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 12/10/2020
Código do texto: T7085841
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