Das sutilezas das mãos que afagam flores, por ser a primeira vez...
AINDA QUE POSSAS, NÃO DEVES...
"Não quero que me tomes de imediato, por inteira; vai aos poucos, até que eu me abra como se abrem os brotos das flores, ao sentirem as carícias da luz...
Pega-me com jeito, e deixa teus olhos entrarem dentro do meu corpo, revirar-me por dentro e me fazes tua... Não quero que me tenhas como se fosses um beduíno perdido no deserto, que, abruptamente, procura saciar sua sede no primeiro oásis que lhe aparece...
Vem, mas vem devagar, com todas as carícias, as palavras de amor, os toques sem dor, a voz afrodisíaca e mãos delicadas a percorrerem as sutilezas do meu corpo...
Preciso que me tenhas; que me ensines a viver nesse tempo que ainda tenho, como se só agora começasse a viver. Mas não quero que me tomes de imediato, por inteira; vai aos poucos, até que eu me abra para ti, corpo, alma e coração, como se abriram os teus desejos por mim..."
(jose valdir pereira)